quarta-feira, março 19, 2008

Autor

Arnaldo Comin
Periodista residente en São Paulo, escribe sobre la integración económica de los países de habla espanhola y portuguesa/Jornalista residente em São Paulo, escreve sobre a integração econômica dos países de língua portuguesa e espanhola

quinta-feira, novembro 23, 2006

Lênin no Espaço

Numa dessas navegações erráticas pela internet, peguei carona na dica de um blog espanhol e fui parar neste endereço, Lênin no Espaço, um verdadeiro baú com tesouros da psicodelia sessentista de vários países. Tem material da Itália, Espanha, México, África, Turquia, França, Bélgica, Holanda e por aí vai. O blog é todo em alfabeto sirílico, então a dica dos espanhóis é clicar no segundo link à esquerda, onde ficam guardados os arquivos. Vale a pena, o material é bastante farto. Só de rock italiano tem um pacote com uns 20 compactos raros devidamente digitalizados.
Quebrando um pouco o princípio dos Tesouros de falar sobre músicas em português apenas, postarei de agora em diante algumas preciosidades de outros países também. A exceção é rock em inglês, não por preconceito de qualquer espécie, mas porque aí choveria no molhado. A idéia, afinal, é trazer à luz coisas que fogem do pop/rock que todo mundo já conhece e que está disponível em qualquer lugar.

terça-feira, novembro 21, 2006

1000 Posts, 12 Canções


Anunciamos com muito orgulho que Os Tesouros superaram a marca histórica de 1000 acessos. É pouco, eu sei, eu sei, e provavelmente metade dos cliques são da própria "administração". Mas 1000 mil acessos é sempre motivo para comemorar. De agosto para cá, quando a brincadeira começou, os estúdios do Paraíso já registram 12 Gravações e, para amarrar esse momento tão glorioso, seguem os links para quem quiser baixar:

E para quem é fã, mas fã mesmo, segue o endereço para baixar o Arquivo Zip com todas as músicas.

Ma a che serve volare?

Já que estamos em uma semana de datas comemorativas, Os Tesouros fazem hoje sua homenagem ao Dia da Televisão.
Não, não, a insuportável da Hebe Camargo não passará nem perto desse blog, ainda que tivesse inventado ela mesma o cinescópio. O som fica por conta do querido Rei, num tesouro de 1968, gravado para a TV italiana. Trata-se de "A che serve volare", versão à la San Remo de "Por isso corro demais". É pra conferir sem pressa:

segunda-feira, novembro 20, 2006

Sou Negro

Hoje é Dia da Conciência Negra. A "elite branca" paulistana - como bem define o governador "socialista" Cláudio Lembo -, que tudo fez para levar a Brasília aquilo que é de mais reacionário no estado, aproveitou as melhores estrada do país, com os mais caros pedágios, para refletir um pouco sobre questão do negro em suas casas de praia. Afinal, é feriado de muito sol e o verão já é quase realidade :-))

Um agradável passeio no Parque do Ibirapuera revela como as coisas pouco mudaram desde os tempos da Senzala. Há negros aqui e ali, assim como os grupos típicos de "gente humilde" passeando num dos raros espaços de lazer gratuitos da cidade. Mas a maioria deles está lá mesmo é para servir, vendendo coco, recolhendo latinhas para recilagem ou simplesmente faturando um troco como flanelinha.
A maioria que está ali mesmo é branca, com suas camisas Nike 10K, reluzentes fones brancos de iPods, ou qualquer outro item de consumo eliminador de personalidade própria. Eles podem ser todos iguais, mas todos pertencem à mesma classe, que não é exatamente aquela raça que celebra hoje seu dia. Os negros, senhores simples que vêm de longe até o Ibirapuera vestindo sapatos e camisas asseadas de domingo, estes estão "out". "Out" é não usar palavras em inglês no meio de uma conversação banal. É não poder colar um adesivo com as cores da Itália ou da Espanha na traseira do carro. "Out", afinal, é não ter carro.

Já que entramos em uma nova era de extremos, em que uma parte razoável da classe média já perdeu o pudor de dizer em público que não vota em pobre e nordestino, Os Tesouros vêm fazer sua homenagem e tomar partido nesse Dia da Consciência Negra, com uma singela contribuição musical. Trata-se de Sou Negro, gravada em 1971 pelo Toni Tornado. Antes de firmar uma sólida carreira na Pornochancha, "Don" tentou emplacar como cantor. Ele foi um dos pionieiros do Black Power brasileiro, no momento em que o movimento radicalizava nos EUA com os Panteras Negras. Ironicamente, o destino reservou ao Toni o triste papel de negro dócil de novela da Globo.
Para quem quiser saber um pouco mais sobre Black Music, gringa principalmente, clique no blog Groove70. Só coisa fina mesmo.
E viva o negro brasileiro, "don"!



sexta-feira, novembro 17, 2006

Voltando a Santo Amaro.....


Voltando a Santo Amaro, o companheiro Ateneu (que promete enviar depois um depoimento exclusivo aos Tesouros sobre o Alcaide) lembra que fizemos quatro shows “importantes”:

1-Cace (mercado velho de Santo Amaro)
2-Biblioteca Kennedy
3- Farfarella Bar
4-Festa da prima da Bete (próximo ao colégio Magno na rua Sócrates)Os shows do Cace e da Kennedy, eu me recordo, foram “memoráveis”.

Do Farfarella eu tenho uma vaga lembrança e a tal da Bete eu não faço a menor idéia de quem seja, muito menos a prima :-))Tocávamos muito em festinhas, além de três sessões de ensaio semanais, às sextas, sábados e domingos, na minha casa. Até hoje eu me pergunto como os meus pais agüentavam aquela pancadaria toda.A uma certa altura do campeonato a vocação “Guitar Band” do Alcaide foi reforçada com a entrada do Tinho, outro guitarrista do bairro, muito amigo do brother Fábio Reis que, até onde se sabe, mudou-se para Curitiba e abraçou a carreira musical mesmo. O garoto, que tocava violão clássico desde muito pivete, mandava bem mesmo.

A banda se dissipou em 88, mais ou menos. Continuei tocando mais algum tempo com o Maurício e o saxofonista Jotalhão, num trio de jazz improvável, sem qualquer instrumento para fazer a harmonia. No fim das contas, até que funcionava. Em 89, depois de entrar na faculdade, eu deixei de lado a música por algum tempo. Confesso que a minha distância de domínio musical em relação ao Maurício estava começando a constranger, já que ele não só tinha um talento fantástico como se dedicava pacas ao contrabaixo. Tinha habilidade especial com ritmos americanos, como jazz e funk, mas mandava música brasileira e o que mais pintasse.


Nunca me esqueço de um dia em o Maurício bateu na porta de casa, dizendo que tinha abandonado a gravata (fazia faculdade de economia) para estudar e viver de música nos Estados Unidos. O resto é história. O site dele já diz tudo. Dá orgulho ver que pelo menos um cara daquela geração foi pra frente na carreira musical.


Da minha parte, perdi contato com a maioria dessa garotada nos anos que se passaram, à exceção do Fabião Reis, com quem toquei posteriormente anos durante muito tempo. Ainda fazemos umas jams lá em Santo Amaro, mas isso é tema de outros posts, como vocês poderão conferir.
O Deto e Ateneu foram dessas redescobertas do mundo do Orkut, MSN e por aí vai. No domingão de 11 de novembro ainda tentamos escrever umas coisas novas, mas só saiu zoeira,como Poodle Voador, Rua da Paz e um tema do Deto improvisado. Se alguém aí ficou curioso o suficiente para ouvir tudo, segue um arquivo Zipado com todas as músicas.



Isto é Alcaide

Tudo começou nas férias escolares (ah que bons tempos....) do começo de 1986. Naquela época, uma porção de bandinhas começava a fervilhar pelas ruas de Santo Amaro. O som rolava em festas de garagem, festivais de colégio e, principalmente, nas casas da molecada mesmo. Eu era um batera da V. Cruzeiro até que com certo prestígio entre o resto dos garotos e tocava no Fator Gama (Gama era o antigo nome da rua que servia de residência pra maior parte dos integrantes, a atual - blargh - “Baldomero Cortada de Almeida”).


Numa dessas baladas de colégio, no Elvira Brandão, creio, conheci uns garotos da Várzea de Baixo que prometiam. Houve uma ligação musical instantânea entre eu, o Deto, guitarrista de boa reputação, e o Maurício, que já havia ganhado status de “fera” do contrabaixo. Bastou uma jam rápida pro negócio mostrar que tinha potencial. Nesse dia, acho que no final de 85, ouvi pela primeira vez “Universo”, música que o Deto toca até hoje, como dá pra conferir nessa versão gravada nos estúdios do Paraíso. Outra do Deto dessa época é Biquíni 2000.







O Ateneu, que era amigo do povo da Várzea de Baixo, rapidamente se juntou ao grupo com a sua indefectível flautinha, assumindo os vocais. Um dos primeiros trabalhos foi O Morto, uma composição minha que tratava de suicídio, tema nada adolescente.....Soube anos depois que ela entrou pro repertório de outra banda do bairro. Como parece que eles não ganharam milhões de dólares com ela, em vez de ciúme, só posso sentir lisonja pela deferência.




Eu me lembro que tocávamos coisas como You Really Got Me, dos Kinks, inspirada na versão do Van Hallen, com horas de improvisações. Para quem mal tinha saído das fraldas, com conhecimento musical limitado e equipamento mais pobre ainda, as nossas bandas de referência, como o Deep Purple, não ajudavam grande coisa. Mas aos 15 anos você pensa que pode tudo, hehehehe.

O nome da banda surgiu depois de alguns meses e foi dado pelo Maurício, que tinha ouvido falar nessa expressão, Alcaide, uma denominação antiga do português para “prefeito”, em pleno uso no espanhol até os dias de hoje. A origem árabe da palavra não deixa se soar como uma bela ironia em relação a AlQaeda, do nosso amigo Bin Laden. Mais profética ainda era a canção “Canhões de Bagdad”, que usávamos para abrir nos nossos shows, um rock instrumental ligeiro. Naquele tempo, a inspiração devia ser a guerra Irã-Iraque, já que nem Bush Pai pensava naquela época em fazer a primeira tentativa de invasão ao feudo de Saddam Husseim.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Os Vivos!!!



Se você tivesse uns 14 anos e contasse com amigos desse tipo que você vê na foto, uma das canções que talvez quisesse gravar fosse "O morto". Pois o original deve ser dessa época, do Acaide, banda ícone do pop dos anos 80 de Santo Amaro. Antes que alguém faça a referência óbvia com a Al Qaeda, muito antes o Alcaide já brilhava na zona sul de São Paulo, curiosamente com uma canção de abertura batizada "Canhões de Bagdad".

Um dos grandes sucessos da banda na época foi O Morto http://d.turboupload.com/d/1214719/01._O_MORTO.mp3.html

registrado domingo, 12.11.06, pelo André (esq.), eu e o Alex (dir.), aqui nos estúdios do Paraíso. É a volta do Alcaide :-))

segunda-feira, novembro 13, 2006

Lindo Sonho Delirante



Depois de uma razoável ausência, Os Tesouros voltam com "novidades" do baú do rock brasileiro. Valeu até trocar o violão por uma guitarrada infernal. A pérola, desta vez, é "Lindo Sonho Delirante" (baixe aqui), do cantor (argentino) Fábio. Ele fez relativo sucesso no Brasil, especialmente na sua fase romântica. Esse som, gravado lá pelos idos de 68, e com o óbvio trocadilho LSD, era pra ser "mutcho lôco" mesmo. Mais tarde segue a gravação original.

domingo, outubro 15, 2006

Punk Falido



Dando um pulinho maior agora, só de 30 anos, chegamos a um desses clássicos instantâneos do rock brasileiro que ainda não chegaram - e provavelmente não chegarão, infelizmente - aos ouvidos da grande maioria do público. É Punk Falido, tesouro da banda catarina Stuart, liderada pelo Kaly, por sinal camarada do morto. Figura sempre lembrada no repertório do quase conterrâneo Wander Wildner, Kally esteve em São Paulo recentemente para divulgar o álbum "Honestidade não enche a barriga", gravado no ano passado em Blumenau e finalizado no mês de abril, em Floripa.

Essa versão de 10 cordas (sim, estourou mais uma) até que não deixa tanto a dever para a original, já que Punk Falido respeita ortodoxamente a receita do gênero: três acordes em três minutos e nada mais. O destaque mesmo fica para a letra, que é de dar arrepios em muito marmanjo de gravato, outrora acostumado a dar as suas bonitadas naquelas festinhas dos anos 80. Como o Stuart está tentando faturar uns trocos com o álbum, não vou escancarar tudo aqui, mais o site oficial da banda www.stuartmusic.com.br oferece alguns petiscos para download.

Enfim, para quem sente ânsia de vômito quando ouve falar na Maria Rita, segue a sugestão dessa banda honestíssima de SC. (arnoldo)

Punk falido
(Kaly)

Um Sonho Antigo Se Cala/Nem A mesma língua ele fala
Desiludido com tramas / E picaretagens da fama
Dinheiro até que ele tem / O emprego de perdedor também

Discos velhos guardados no mofo / Achando que vai escutá-los de novo
As vezes parece tão fácil / Mas o difícil é tão parecido
Tristezas que se misturam aos trapos / De mais um punk falido
Ohhh mais um punk falido (2x)

Jaquetas de couro, não usa mais / Broche do Ramones, não usa mais
De lado a lado, não sabe o que faz / E desmiolado, não corre atrás
Cabelos espetados, jamais / Batidas de coco, jamais
Deixou as correntes e os mitos / É só mais um punk falido
Ohhh mais um punk falido (2x)

As misérias que trás são lembranças / Tudo que ingeriu foi pra pança
Todos os anos perdidos na escola / Ouvindo Kennedy e cheirando cola
Agora, casado e com filhos / Suas drogas boas são simples comprimidos
Vai envelhecer como um perdedor / Num asilo podre, dos punk’s falidos
Ohhh mais um punk falido (2x)

Jaquetas de couro, não usa mais / Broche dos Ramones, não usa mais
De lado a lado, não sabe o que faz / E desmiolado, não corre atrás
Cabelos espetados, jamais / Batidas de maracujá
Deixou as correntes e os mitos / É só mais um punk falido